Inovações de encruzilhada e desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.32719/25506641.2023.13.3Palavras-chave:
inovação de encruzilhada, inovação social, empreendedorismo social, virador, empreendedorismo a brasileiraResumo
Pobreza, desigualdade e falta de acesso à direitos são realidade nas favelas e periferias brasileiras e impactam diretamente a qualidade de vida destes territórios que têm também pequenas iniciativas que vislumbram um futuro mais sustentável. Este trabalho discute o que chamamos de inovações sociais de encruzilhada (Rufino 2019), invenções feitas nas brechas do sistema e funcionam como uma forma de transgressão/contestação das instituições já estabelecidas. São desenvolvidas por um empreendedor social “`a brasileira” —o virador (Souza Neto 2003)— cuja transgressão pode ser vista a partir de suas novas
formas de fazer, conhecer, enquadrar e organizar (Haxeltine et al. 2016), trazidas em 3 casos: a Barkus, negócio social de educação financeira para jovens e adultos; o G10, sede das 10 favelas de maior poder de compra no Brasil, e o Olabi, espaço de democratização de tecnologias para transformação social. A partir daí, identificamos 7 lições sobre as características chave deste tipo de inovação social. Como conclusão, defendemos que as inovações sociais de encruzilhada do Brasil são motores para mudança social, abrindo caminhos para modelos alternativos de futuros com foco no desenvolvimento local sustentável e na melhoria da qualidade de vida das populações vulneráveis.
Downloads
Referências
Afonso, Rita, Carla Cipolla, Maíra Joly e Roberto Bartholo. 2015. “TRANSIT project: inovação e empreendedorismo social na América Latina”. IX workshop de la red emprendesur, Promoviendo el emprendedorismo innovador en América Latina. Mar del Plata.
Afonso, Rita, e Luiza. Sarayed-Din. 2021. “Social Innovations as a Driver for Social Change”. En Climate Adaptation: Accounts of Resilience, Self-Sufficiency and Systems Change, editado por Arkbound Foundation, 158-174. Glasgow: Arkbound Foundation.
Agyeman, Julien. 2005. Sustainable Communities and the Challenge of Environmental Justice. Nova York: University Press.
Aleixo, Mariana de Oliveira. 2017. “Empreendedorismo em favela carioca: gastronomia e negócio na Maré”. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/12171/1/MarianaDeOliveiraAleixo.pdf.
Asplande. 2021. “Quem Somos”. Acessado abril 2021. http://www.asplande.org.br/quem-somos/asplande.
Baker Botelho, Ana Carolina, Marisa Egrejas e Roberto Batholo. 2014. “A turistificação da zona portuária do Rio de Janeiro, Brasil: por um turismo situado no morro da conceição”. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo 8 (2): 286-300. http://dx.doi.org/10.7784/rbtur.v8i2.691.
Barki, Edgar, Graziella Maria Comini e Haroldo da Gama Torres. 2019. Negócios de impacto socioambiental no Brasil: como empreender, financiar e apoiar. Rio de Janeiro: FGV.
Bartholo, Roberto, Carla Cipolla e Ivan Bursztyn. 2009. “Practice of Service Design for Tourism Initiative: The Quality of Interpersonal Relationships as a Design Requirement”. Touch Point 1: 94-98.
Cajaiba-Santana, Giovany. 2014. “Social Innovation: Moving the Field Forward. A Conceptual Framework”. Technological Forecasting and Social Change 82: 42-51. https://doi.org/10.1016/j.techfore.2013.05.008.
Cipolla, Carla, e Rita Afonso. 2018. “Social Innovations in Brazil: How do Social Innovations Flourish?”. En Atlas of Social Innovation – New Practices for a Better Future, editado por Jürgen Howaldt, Chistoph Kaletka, Antonius Schröder e Marthe Zirngiebl, 130-133. Sozialforschungsstelle TU Dortmund University: Dortmund.
Cipolla, Carla, Rita Afonso, Bonno Pel, Roberto Bartholo, Édison Silva e Domício Proença Júnior. 2017. “Coproduced Game-changing in Transformative Social Innovation: Reconnecting the ‘broken city’ of Rio de Janeiro”. Ecology and Society 22 (3): 1-9. https://doi.
org/10.5751/ES-09362-220303.
Cipolla, Carla, e Roberto Bartholo. 2014. “Empathy or Inclusion: A Dialogical Approach to Socially Responsible Design”. International Journal of Design 8: 87-100.
Egrejas, Marisa, Ivan Bursztyn e Roberto Bartholo. 2013. “La valoración del diálogo em la construcción e implementación de rutas turísticas: proyetos Palacios de Rio y Central de turismo comunitario de la Amazonia- Brasil”. Estudios y Perspectivas en Turismo 22: 1160-1181.
G10 Favelas. 2021. “Quem Somos”. Acedido março 2021. http://www.g10favelas.org/.
Haxeltine, Alex, Flor Avelino, Bonno Pel, Adina Dumitru, René Kemp, Noel Longhurst, Jason Chilvers and Julia M. Wittmayer. 2016. A Framework for Transformative Social Innovation. TRANSIT Working Paper. Accedido março 2021. https://bit.ly/3uE2s4m.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2010. Censo demográfico 2010: aglomerados subnormais, primeiros resultados. Rio de Janeiro: IBGE.
---. 2020. Síntese de indicadores sociais (SIS). Rio de Janeiro: IBGE. https://biblioteca.ibge. gov.br/visualizacao/livros/liv101760.pdf.
Joly, Maíra Prestes. 2015. “Design para inovação social e a rede DESIS (Design for Social Innovation and Sustainability) – no Brasil”. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Martinelli, Flávia. 2018. “Para as mulheres da periferia, inovação empresarial é ‘sevirologia’”. Universia Uol. Acessado fevereiro 2022. https://mulherias.blogosfera.uol.com.br/2018/05/03/para-as-mulheres-da-periferia-inovacao-empresarial-e-sevirologia/.
Mobiletime/Opinion Box. 2021. O brasileiro e seu smartphone. Acessado fevereiro de 2022. https://www.mobiletime.com.br/pesquisas/o-brasileiro-e-seu-smartphone-julho-de-2021/.
Observatório do Terceiro Setor (OTS). 2020. “Em meio à pandemia fome volta para a mesa dos brasileiros”. Acessado fevereiro 2022. https://observatorio3setor.org.br/noticias/emmeio- a-pandemia-fome-volta-para-a-mesa-dos-brasileiros/.
Pereira, Isabela N. 2014. “Efeituação situada: redes e empreendedorismo da Rocinha”. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Rufino, Luiz. 2019. “Pedagogia das encruzilhadas. Exu como educação”. Revista Exitus 9 (4): 262-289. https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n4id1012.
Sarasvathy, Saras. 2001. “Causation and Effectuation: Toward a Theoretical Shift from Economic Inevitability to Entrepreneurial Contingency”. Academy of Management Review 26: 243-263. https://doi.org/10.2307/259121.
Sarasvathy, Saras, e Nicholas Dew. 2008. “Effectuation and Over-trust: Debating Goel and Karri”. Entrepreneurship Theory and Practice 32: 727-738. https://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2008.00250.x.
Social Innovation Strategy (SEBSE-LAB). 2019. Inovação em modelos de negócio de impacto: um guia prático para conciliar receita e impacto. Acessado fevereiro 2022. https://www.sense-lab.com/mecanismo-receita-e-impacto.
Santos, Boaventura de Sousa. 2007. “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”. Revista Crítica de Ciências Sociais (78): 3-46. https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000300004.
---. 2019. O fim do império cognitivo. A afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Souza Neto, Bezamat. 2003. “Contribuição e elementos para um metamodelo empreendedor brasileiro: o empreendedorimo de necessidade do ‘virador’”. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Souza Neto, Bezamat, Roberto Bartholo e Maurício Delamaro. 2005. “Empreendedorismo à brasileira e alguns pontos cegos dos cânones da recepção da obra de Max Weber”. En Empreendedorismo Além do Plano de Negócio, compilado por Eda Castro Lucas de Souza e Tomas de Aquino Guimarães, 21-41. São Paulo: Editora ATLAS.
Vieira, Gilberto, Inês Gortari e Vitor Mihessem. 2018. “Como nasceu o #Cocôzap”. Acessado abril 2021. https://medium.com/cocozap/como-nasceu-o-coc%C3%B4zap-49d39a45a537.